Ana Hickmann e Edu Guedes: a história que não é da nossa conta n6c3g
Até quem não gosta de fofoca está por dentro dessa narrativa u5d68
E daí que Ana Hickmann, uma mulher que viveu um relacionamento abusivo por mais de 20 anos, após uma agressão física que ganhou as manchetes, terminou esse casamento e num intervalo de tempo considerado curto demais para ser socialmente aceitável, assumiu outro namoro. Fato é que a persona em questão é ninguém menos que Edu Guedes, seu ex-colega de trabalho e amigo das antigas.
Durante uma semana assisti, atônita, todo tipo de comentário absurdo sobre esse recomeço de uma mulher que atravessou o inferno. Me intrigou particularmente o fato de que boa parte das acusações de traição e pouco luto, partiu de outras mulheres. Ana saiu da posição de vítima de agressão para uma manipuladora diabólica, que traiu e mentiu planejando tomar o patrimônio do ex-marido (um patrimônio que por sinal, era dela).
Incrível como não aprendemos nada de Maria Madalena para cá. Mulher não tem presunção de inocência, mesmo que seja a vítima. O que as pessoas mais querem é uma boa desculpa para apedrejá-la. Ao contrário do homem, que é inocente até que se prove o contrário, a mulher é culpada mesmo que se prove o contrário.
Incrível como é mais fácil crer que ela traiu, colocando nela o carimbo de mulher desonrada, do que acreditar na narrativa de sua inocência. Uma mulher que só conheceu o lado tóxico do amor, e que depois de uma agressão itida e um divórcio, começou a viver o que qualquer jovem tem o direito de viver: bater cabeça em diferentes relacionamentos e amadurecer seu emocional.
Além dos que disseram que isso tudo estava planejado, existe a parcela que está culpando Ana por refazer sua vida rápido demais, não respeitando um pretenso período de “luto” que deveria viver após o fim de seu casamento. Foi chamada até de tóxica, por começar outro relacionamento antes de “estar bem” para o outro. Ora, estamos falando de uma mulher que namorou seu algoz desde os 16 anos, o que mais ela deveria esperar para começar a viver?
Houve ainda a turma que defendeu que ela deveria aprender a ficar sozinha primeiro, como se isso fosse uma fórmula. Quero aqui defender que o hiato entre um relacionamento e outro, não funciona para todas. Em muitos casos, emendar um romance desmoronado em um novo romance, impede que a dor calcifique e destrua uma parte importante do coração da mulher – aquela onde mora nossa fé no amor.

Acima de tudo isso, existem os que dizem que Ana trocou um abusador por outro. Edu tem uma denúncia pela Lei Maria da Penha feita por Daniela Zurita, sua ex-esposa, e um relato de outra ex-esposa, Eliana, de que teria vivido com ele o “inferno na Terra”. Há sim, grande chance de Ana ter trocado 6 por meia dúzia, mas pense comigo: mesmo que esteja escolhendo mal, ela tem esse direito. A primeira coisa que o relacionamento abusivo nos tira é o direito de fazer escolhas, mesmo que sejam escolhas erradas.
No fim das contas, o que realmente incomoda a sociedade é ver uma mulher tirar o véu de sofredora e se lançar à felicidade sem medo. Ana Hickmann tem o a psiquiatra e psicólogo, com certeza já foi orientada sobre relacionamento rebote e sabe muito bem o que está fazendo. Seja Edu um outro narcisista, seja ele um cara que amadureceu e também quer sossegar, Ana merece escolher seus caminhos, só para variar.
Postei 3 vídeos no tiktok falando do caso Dona Ana, e a enxurrada de hate que recebi foi, como sempre, um grande estudo antropológico.
Ainda temos um caminho gigantesco no combate a esse machismo enraizado, inclusive em mulheres, que nos coloca numa prateleira qualquer, com base no julgamento de quem não sabe bulhufas sobre as dores que carregamos. Em outras palavras, é um sonoro “Vá te catar que você não paga meus boletos”, que falta na rotina da gente.
No fundo, apesar de acreditar muito no amor maduro, aquele que as pessoas constroem com o objetivo de fazer sentido e durar, ainda sou mais a filosofia da grande mestra Shakira:
Minha teoria favorita é que esse namoro é uma baita estratégia de marketing, arquitetada por ela para gerar burburinho e aumentar o engajamento em torno de seu nome. Com isso, ela vende mais seus produtos e se mantém nos trending topics, já que nas redes sociais, o amor e o ódio têm o mesmo peso. Quero crer que ela planejou tudo para ganhar mais dinheiro, num plano para transformar seu romance em uma fotonovela cheia de nuances e torcida, e manter a saúde de sua fama por muito tempo.
Jamais saberemos se tenho razão na minha fanfic, mas sinceramente? Espero que esteja certa e que Ana gaste o chorume dos haters numa ilha grega chiquérrima, amanhecendo com quem quer que seja. Golaço para Ana! Afinal, as mulheres já não choram, as mulheres faturam! #PAZ
Comentários (2) n3k3y
O que aconteceu com a Ana é da minha conta sim,como fã e iradora torço por ela ser feliz, só,bem acompanhada ,o importante é ser feliz,e o resto é resto, pronto falei.
Acho interessante a ressalva “um patrimônio que por sinal, era dela”. Eles foram casados por 20 anos. O patrimônio não era dele também?
Quando se trata de uma mulher, mesmo que o casamento só tenha durado 1 ano, e que não tenha contribuído em nada, ninguém tem dúvida de que 50% do patrimônio pertence à ela. Por que, quando se trata de um homem, a regra é diferente?