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Dilema na comunicação: entre a franqueza e o 'sincericídio' 3rx6o

É preciso encontrar o equilíbrio entre não mentir para agradar e não usar a verdade como arma 2h4z5y

Na arte da comunicação, existe uma linha tênue entre ser honesto e ser cruel. Muitos já se viram diante de um dilema: falar o que realmente pensam, mesmo correndo o risco de ferir, ou suavizar (ou omitir) certas verdades em nome da harmonia. Essa encruzilhada entre a franqueza e o ‘sincericídio’ (termo popular que dá nome àquela sinceridade sem filtro que magoa) é um dos grandes desafios dos relacionamentos. 

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Na comunicação existe uma linha tênue entre ser honesto e ser cruel.(Foto: Freepik)

Vivemos tempos em que a autenticidade é valorizada. “Seja você mesmo”, “fale o que você pensa”, “não tenha papas na língua” são expressões recorrentes. Mas será que toda verdade precisa ser dita? Ou melhor: será que toda verdade precisa ser dita do mesmo jeito? A frase do escritor Fabrício Carpinejar resume com maestria essa reflexão:

“Elegância é cuidar do que você fala e, principalmente, do que não deve ser dito.”

Essa elegância a que Carpinejar se refere não tem a ver com sofisticação estética, mas sim com empatia, tato e maturidade emocional. Saber calar é, em muitos momentos, uma virtude. O silêncio, quando bem usado, pode ser mais poderoso do que mil palavras sinceras.

Quando a sinceridade vira arma r1v69

Falar a verdade não deveria ser desculpa para ofender ou desrespeitar o outro. Dizer, por exemplo, “estou sendo apenas sincero” ao fazer um comentário destrutivo não justifica a falta de consideração. A sinceridade, quando usada sem critério, pode se transformar em agressividade disfarçada e, nesse caso, machuca tanto quanto uma mentira.

Por outro lado, ceder à tentação de dizer apenas o que o outro quer ouvir também traz consequências. A bajulação, a omissão por conveniência e a mentira “para agradar” enfraquecem a confiança nas relações e, com o tempo, criam um ambiente de falsidade e insegurança.

Bom senso  40b6x

Encontrar um caminho alternativo pode ser o mais adequado. Antes de dizer algo, é importante se perguntar:

  • Isso que quero dizer é realmente necessário?
  • O que eu vou dizer vai causar uma mudança positiva imediata?
  • Estou dizendo isso para ajudar ou para aliviar algo em mim?
  • Qual é a melhor forma de transmitir essa mensagem sem ferir o outro?
  • Se eu estivesse no lugar da outra pessoa, como me sentiria ao ouvir isso?

Falar a verdade com empatia é muito diferente de simplesmente “jogar na cara”. O tom, o momento e a intenção por trás das palavras fazem toda a diferença. Às vezes, trocar um “essa ideia está péssima” por “acho que podemos explorar outras possibilidades” já muda completamente o impacto da mensagem, sem comprometer a sinceridade.

Comunicação e responsabilidade 543p2x

Não podemos confundir comunicação assertiva e grosseria. Assim como ser claro e honesto é essencial. Mas isso não exclui o dever de cuidar da forma como nos expressamos. Comunicação eficaz não é apenas dizer o que se pensa, mas fazer com que o outro compreenda sem se sentir atacado. É possível ser verdadeiro sem ser rude, direto sem ser ríspido, franco sem ser ofensivo.

Em tempos de redes sociais e opiniões expostas em tempo real, esse equilíbrio é ainda mais necessário. Todo cuidado é pouco para que a sua comunicação não se transforme em ofensa. A pressa em “falar o que pensa” pode atropelar sentimentos e gerar arrependimentos. Às vezes, respirar fundo e reformular a frase é o suficiente para evitar um conflito desnecessário.

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Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista Comunicação de primeira, e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.

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