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Não basta falar bem, é preciso saber escutar 26k6e

O ser humano foi feito com duas orelhas e uma boca. Isso não é por acaso 391g6w

Sempre que pensamos nas habilidades para uma boa comunicação, o mais comum é listarmos as características de quem fala bem: ter boa dicção, vocabulário adequado, linguagem corporal e gestual. E será que isso basta?

Vamos nos lembrar que, no processo de comunicação, é preciso haver equilíbrio entre o falar e o escutar, entre ser emissor e receptor das mensagens. Portanto, o bom comunicador precisa saber escutar bem. Parece fácil para quem tem os ouvidos funcionando, mas nem sempre desenvolvemos essa habilidade como deveríamos.

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(Imagem: reprodução da internet)

No livro Comunicação Consciente (Thieme Revinter, 2022), as autoras Mara Behlau e Marisa Barbara explicam que ouvir é um processo automático, que depende apenas da integridade do sistema auditivo, ou seja, do funcionamento da estrutura de nossa orelha. Contudo, ouvir não é entender.

Escutar é mais complexo e envolve compreender o que está sendo falado. Uma pessoa pode ouvir alguém falando em um idioma desconhecido. E a comunicação não é completa se ela não entender o idioma. Outro aspecto que precisamos destacar: nem toda pessoa que ouve sabe escutar de forma adequada.

Para saber se você sabe realmente escutar, pense e responda mentalmente as seguintes perguntas: 3pb3v

  • Você consegue escutar alguém falando até que o outro conclua a ideia, sem interrompê-lo?
  • Você consegue prestar atenção ao que o outro diz sem desviar seu pensamento?
  • Você para de fazer outras coisas para somente ouvir a pessoa ou tem dificuldade para, por exemplo, largar o celular enquanto escuta?
  • Em uma conversa, você fica impaciente para que o outro termine logo de falar para chegar a sua vez?
  • Quando alguém conta sobre um problema ou uma dificuldade que está enfrentando, você interrompe para dizer que você tem um problema ainda pior?

Nas situações acima, há indícios de uma dificuldade comum para muita gente. Mas, afinal, quais os principais indicativos de que não estamos escutando os outros (ou não estamos escutamos adequadamente)?

Essa pergunta foi feita à educadora e advogada sa Pauline Charoki, que tem formação em Inteligência Relacional e atualmente é professora da disciplina Escuta Estratégica e Empatia Assertiva na PUC Minas. Ela explica que o principal indicativo que não escutamos os outros é a desconexão.

O outro não se sente escutado, visto, reconhecido, acolhido. Pior ainda, seu interlocutor pode se sentir atropelado quando, por exemplo, estamos competindo com a história dele, interrompendo para dar um conselho ou ainda diminuindo a dor dele. Essas escutas que a Comunicação Não-Violenta (CNV) chama de ”escutas trágicas” geram afastamento, conflito, medo e vergonha. 

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Pauline Charoki é professora de Escuta Estratégica e Empatia Assertiva na PUC Minas. (Foto: Arquivo Pessoal)

Além de CNV, Pauline Charoki também ensina temas como: escutatória, comunicação produtiva, liderança, s, negociação e gestão de conflitos. A educadora ressalta que o melhor comunicador é o melhor ouvinte. “Saber ouvir vai te tornar uma pessoa mais inteligente, observadora e interessante, pois interessantes são as pessoas interessadas!”, diz ela.

Pauline afirma que hoje, principalmente no ambiente corporativo, conhecer e praticar as técnicas da escutatória (que vão além da escuta ativa) representam uma das habilidades mais procuradas e valorizadas. Isso porque o mundo está carente de pessoas e organizações que saibam escutar, lidar com opiniões diferentes e partilhar novas realidades. Para ela, escutar é o antídoto para o mundo polarizado que estamos vivendo: “Escutar é aquela pausa necessária na sua correria sem fim. Escutar conecta e abre espaços de criatividade, autenticidade e liberdade!”

Com estudos e vivências no Brasil e na França, Pauline Charoki dá dicas para quem quer escutar melhor: 2c4a50

  • Primeiro, escutar é uma decisão. Decida estar disponível para isso (até emocionalmente) e fazendo apenas isso.
  • Escutar requer atenção plena, pois além das palavras do outro e da comunicação não verbal (gestos, expressões microfaciais e tom da voz), vêm pensamentos e emoções dentro de mim. Realmente, é algo desafiador!
  • Estudar sobre nossos vieses psicológicos, cognitivos e inconscientes. Isso ajuda a nos preparar para conversas mais desafiadoras, a não reagir e cair em padrões de linguagem improdutivos.
  • Quando o contexto for apropriado (em uma reunião, por exemplo), anotar o que você ouve é um grande aliado para ter uma escuta cirúrgica. Isso evita mudar as palavras do outro a partir do seu entendimento.

Quando paramos para observar a forma como interagimos com os outros, decidimos nos tornar mais ouvintes e menos falantes, estamos trazendo mais equilíbrio para a nossa comunicação. E isso também nos remete a algo que a natureza nos ensina: temos duas orelhas e uma boca. Não é por acaso!

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Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista Comunicação de primeira, e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.

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