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Todo mundo tem mãe 45wy

A Capivara Criminal deste domingo é dedicada às mães com quem o jornalismo policial me fez cruzar o caminho! 4z6s1s

Quando se faz jornalismo por muito tempo, principalmente o policial, nós nos acostumamos com o inimaginável. Para sobreviver à rotina de crimes, alguns sentimentos am batido no dia a dia. Não ficamos insensíveis à dor, ao sofrimento. Mas eles am por nós de um jeito mais “leve”, menos marcante, talvez.

Mas bem, isso nem sempre é verdade. E também não se aplica a todo jornalista.

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Homenagem ao adolescente morte em 2017 (Foto: Arquivo)

No meu caso, como já falei em outras oportunidades por aqui, algumas das histórias que acompanhei me mudaram completamente. Hoje, Dia das Mães, me sento para escrever sobre os personagens, ou melhor, as personagens, que sempre fizeram meu coração bater mais dolorido.

Ser mãe, para mim, vai muito além do gestar. Está no ato de se doar inteiramente, no amor incondicional e inexplicável.

Imagina você sentir tanto amor por alguém e ver, de alguma maneira, aquela pessoa ter a vida arrancada por alguém ou por escolhas erradas. Seguir em frente depois disso é um verdadeiro ato de coragem.

Assim eu via todas as mães com quem cruzei o caminho por causa do jornalismo.

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  1. De mãe para mãe: feliz dia! g4g1l

Lembro, como se fosse ontem, do dia em que a imprensa foi avisada sobre um adolescente internado em estado grave depois de ter uma mangueira de ar comprimido introduzida no ânus em um lava-jato. Enquanto o menino lutava pela vida no hospital, a mãe dele lutava por justiça do lado de fora.

Foram dias na delegacia. Muitas conversas com a imprensa. Em uma delas, contou que o seu menino estava melhorando. “Quando ele sair do hospital, vou fazer um churrasco para vocês na minha casa, porque vocês estão me ajudando tanto”.

O almoço de comemoração não veio. O adolescente não resistiu. Nossos encontros depois disso foram no Fórum, entre audiências e julgamento. Em todos eles, a única coisa que se mantinha igual eram as lágrimas nos olhos daquela mãe.

No Fórum também encontrei o outro lado. Na entrada do Tribunal do Júri, a senhora, já de idade, me contou que o jovem sentado no banco dos réus era o seu neto. Foi ela quem o criou, como filho. Mesmo com dificuldades, financeiras e de saúde, ela saiu de ônibus de casa para ver o desfecho da história em que o seu menino se envolveu: um assassinato.

“Você acha que vão condenar ele?”

A resposta era sim. Foi o que aconteceu, aliás. Mas ali, naquela mulher, eu via tanta dor quanto havia na família do outro lado.

Porque a verdade é essa. Para mãe, independe se o filho é autor ou vítima, o sofrimento (em proporções diferentes, é claro, a morte não é comparável) é sempre intenso.

O maternar vem acompanhado de muitos sentimentos, um deles é a culpa. Diante da perda, qualquer uma delas, as perguntas são, quase sempre, as mesmas: onde EU errei? Por que não consegui proteger meu filho? Como será a vida agora?

E, penso eu, que a vida nunca mais é a mesma realmente. É como seguir sem um pedaço da sua própria existência.

Por isso, hoje, a Capivara Criminal é dedicada a essas mulheres. É o abraço que eu nem sempre pude dar. O carinho que falta em meio ao caos. É o reconhecimento a elas, que viram a vida mudar duas vezes: no nascimento e na morte. A quem, independente do destino, é e sempre vai ser, mãe.

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Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista Capivara Criminal, e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.

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