'Herói': atleta que corre de muletas estará na Corrida de Reis 3x5w6c
Cristiano perdeu parte da perna após um acidente em 2015. Depois de meses em depressão, ele decidiu dar a volta por cima e ou a se dedicar à corrida de rua 304m32
Cristiano Soares de Sousa, de 30 anos, encontrou no esporte o incentivo que precisava para continuar. Desde que perdeu parte da perna, o estudante e atleta, se desafia participando de corridas de rua em diferentes cantos do Brasil. Entre as disputas, ele participa todos os anos da Corrida de Reis. Mas ele tem um diferencial: ele corre de muletas.

“Eu jogava bola desde criança, meu sonho era ser jogador de futebol, mas ao sofrer o acidente mudei de esporte e me reencontrei na corrida”, conta Cristiano.
Natural da cidade de Crateús, no estado do Ceará, o atleta se mudou para Mato Grosso em 2012, onde morou cerca de 3 anos, no município de Lucas do Rio Verde, a 360 km de Cuiabá.
Em agosto de 2015, Cristiano foi atropelado por um carro em alta velocidade. Com o impacto, ele perdeu parte da perna esquerda, além de quebrar o osso do quadril e ter diversas escoriações e hematomas pelo corpo.
Diante da reviravolta em sua vida, ele relata que acabou caindo em depressão.
“Eu estava muito mal. Chorava todos os dias, não aceitava aquela condição, me sentia um inútil e até tentei tirar minha própria vida. Foi uma luta bem difícil”, relembra o atleta.
Porém, no ano seguinte ele decidiu dar a volta por cima e ou a se dedicar à corrida de rua. Cristiano voltou para o Ceará e em 2018 teve sua primeira participação na Corrida de Reis, uma prova de 10 km, realizada em Cuiabá. Desde então, participa todos os anos.
De lá pra cá, o atleta já correu em diversas competições, em diferentes cidades e estados do país, como São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Curitiba (PR), Ceará (CE), Campo Grande (MS), Teresina (PI), Porto Alegre (RS), Goiânia (GO), Brasília (DF), o estado da Bahia, Imperatriz (MA), Manaus (AM) e muito mais.
“Toda prova é diferente, mas sempre me dão um friozinho na barriga, uma ansiedade, um nervosismo, como se fosse a minha primeira prova”, relata.

Além de competir acompanhado das muletas, ele está sempre caracterizado de super-herói. Um detalhe que pra ele é a valorização do seu esforço em seguir em frente e uma forma de motivar outras pessoas a também se superarem.
“As pessoas sorrindo pra mim, me desejando boa prova, me animando a chegar durante o percurso, outras chorando, e tudo isso sem eu nem ter dito nada a eles e sem ao menos os conhecer. É uma sensação inexplicável”, conclui o atleta.