De show de Pelé a Raul Seixas, Dutrinha completa 70 anos 4z562y
Fundado em 31 de janeiro de 1952, o Estádio Eurico Gaspar Dutra, conhecido popularmente como Dutrinha, completa 70 anos de existência nesta segunda-feira (31). Foi o primeiro centro esportivo oficial de Cuiabá e, com isso, muitos jogos e campeonatos que movimentaram e movimentam a vida esportiva do cuiabano partiram do local.
Interditado há quase 7 anos, a arena ava por obras de readequação desde 2019. Agora com os trabalhos finalizados, a Prefeitura de Cuiabá entregará o complexo, que terá como estreia no ‘novos ares’ um jogo entre Operário Várzea-Grandense e Cuiabá, no próximo sábado (5), às 15h, pelo Mato-Grossense, sem a presença de público, por causa da nova onda da pandemia de covid-19.
As arquibancadas têm a capacidade máxima para comportar até 7 mil pessoas por jogo.

O investimento para reabertura do Dutrinha foi de cerca de R$ 2 milhões, com obras em três etapas. Foram instalados vestiários modernos, postes de iluminação, gramado compatível, muros, medidas de seguranças adequadas, ibilidade, além de um placar eletrônico em LED, medindo 6,50m x 2,50m, que permitirá mostrar a contagem de gols, nomes das equipes e tempo de partida aos torcedores.
A arena vai reverenciar, em forma de bustos em tamanho real, os nomes de Fulepa, Fernando Ferreira Leite (goleiro do Mixto), Avião, Albino Gonçalves dos Santos (zagueiro do Dom Bosco), Bife e José da Silva Oliveira (centroavante do Operário de Várzea Grande).

De 2010 a 2014, com a derrubada do antigo Verdão para a construção da Arena Pantanal, o Dutrinha recebeu vários jogos. Lá, o Cuiabá foi campeão Mato-Grossense em 2011 e 2013. Para Matheus Queiroz, torcedor do Dourado, o ‘retorno’ das programações traz um misto de emoções.
“A volta do Dutrinha representa uma nostalgia do início de toda essa caminhada do Cuiabá, das tardes de domingo que ávamos lá torrando debaixo de um sol de mais de 40°C durante as Séries D e C. Foi aonde tudo começou pra mim e voltar lá depois de oito anos é muito emocionante. É aquela famosa frase: Quem viveu, sabe”, declara o torcedor.
Segundo a prefeitura, o Dutrinha cumprirá daqui para frente um papel na sociedade local, fomentando a inclusão social infantil por meio de programas esportivos como Bom de Bola, Bom de Escola e o Lapidando Craques.

História do Dutrinha 5f7032
O Dutrinha sempre teve nome único, em homenagem ao presidente do Brasil nos anos de 1946 a 1951, Eurico Gaspar Dutra (1883-1974), nascido em Cuiabá. Foi ele quem conseguiu recurso para a construção do estádio.
O Estádio Eurico Gaspar Dutra foi o palco central do futebol mato-grossense até a inauguração do Estádio Governador José Fragelli, o Verdão, em 1976. Além do futebol, era o principal local, nas décadas de 50, 60 e 70, para eventos políticos, sociais e musicais, recebendo, inclusive, shows de Raul Seixas, Lulu Santos e Balão Mágico.
“Por ele ser no Centro da cidade, era o lugar dos grandes eventos. Na época o futebol de Cuiabá estava no auge, tanto que no final da década de 60 para o início dos anos 70 ele ficou pequeno a ponto de construir o Verdão. Ele foi de suma importância, era tipo o ponto de encontro do pessoal, no final de semana. Era um lugar de família”, disse o historiador Sérgio Santos.
Desde sua construção, essa foi a maior obra de reestruturação já executada no local. Foi ainda consagrado como a casa do futebol americano, onde o Cuiabá Arsenal fez história, popularizando o esporte entre os cuiabanos.
O Mixto Esporte Clube foi a equipe que mais levantou taças no estádio.
Show de Pelé no Dutrinha s2a2m
No dia 8 de maio de 1965, o poderoso Santos de Pelé veio a Cuiabá para jogar no Dutrinha, contra o Dom Bosco. A partida terminou em 6 a 2 para o Peixe.
“Naquela época onde o Santos ia causava alvoroço. No dia, 12h, o estádio já estava lotado. Há depoimentos de pessoas na época de que não conseguiram assistir e subiu no muro para ver. No final da partida, o Pelé terminou com três gols marcados. O elenco santista ficou hospedado no hotel Alvorada. O Santos veio completo. Além do Pelé, veio o Carlos Alberto Torres, o Coutinho, Toninho Guerreiro e Mengálvio, que foram todos campeões mundiais”, relata o historiador Sérgio Santos.

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