"Ele ia me 'torar' no meio com aquela foice", diz serial killer ao alegar legítima defesa 64n30

Serial Killer encara o 1º de sete júris que deve responder 87038

Pela primeira vez no banco dos réus, nesta terça-feira (1º), Cleber de Souza Carvalho, de 45 anos, revelou novos detalhes de um dos sete homicídios cometidos por ele e alegou ter agido em legítima defesa em suposta briga por terra. Ao juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, ele confessou todos os crimes e chegou a encenar como golpeou uma das vítimas, Roberto Geraldo Clariano.

Por pelo menos duas vezes, Cleber chegou a se levantar para demonstrar como o crime aconteceu. (Veja um dos momentos abaixo).  

O pedreiro ainda contou ter nascido em Corumbá, mas que viveu parte da vida em Campo Grande. Estudou apenas até o ensino fundamental, por que começou a trabalhar muito cedo para se sustentar.  

Até os sete homicídios serem descobertos, o pedreiro não tinha qualquer agem criminal.  

Serial killer: uma das mortes  3e1j32

Sobre o assassinato de Roberto, pelo qual Cleber é julgado nesta terça, o assassino confesso contou que a vítima era conhecida no bairro por vender várias coisas. Os dois costumavam se encontram no bar, aos fins de semana, e um dia invadiram juntos o mesmo terreno. Construíram uma casinha cada um por lá.  

Mais para frente, Roberto chamou “Filé” para invadir outra área. Ele aceitou e juntos limparam e começaram a construir. Sem qualquer aviso, o amigo teria vendido o terreno por R$ 30 mil. 

Cleber afirmou que só descobriu o “negócio” depois de ver pessoas mexendo no local. Ao ser questionado, Roberto teria prometido devolver a metade do valor para ele. Por um tempo, o pedreiro cobrou os R$ 15 mil, mas nunca recebeu. 

O tempo ou e o pedreiro “deixou de lado” a dívida. Alguns meses depois, Cleber soube de um terreno da prefeitura em que parte seria construída uma creche e resolveu ocupar o que “sobraria” da obra. 

Cleber de Souza Carvalho, serial killer que confessou 7 mortes durante júri, nesta terça (Foto: Geisy Garnes)
Cleber de Souza Carvalho, serial killer que confessou 7 mortes durante júri, nesta terça (Foto: Geisy Garnes)

Na época, não tinha dinheiro e então resolveu chamar Roberto para dividir a área. “Eram 14 metros, falei que ficava com 7 e ele com 7. Eu entrava com o terreno e a mão de obra e ele com o material, aí não precisava me pagar aquela dívida”. 

Segundo ele, os dois começaram a limpar o terreno em um sábado de 2018. Tudo corria bem, até ele revelar ao “amigo” que ficaria com o terreno mais próximo a creche.

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Contrariado, Roberto afirmou que quem ficaria com aquela parte do terreno era ele e os dois começaram a discutir. Na versão do pedreiro, a vítima teria dito que ele “quem precisava dela” e era ela quem tinha a “mina de ouro na mão”. 

“Do jeito que eu estava, continuei. Falei que que ele não ia me ar o balão como tinha feito da outra vez. Quando eu disse que ele não ia me ar a perna só vi o vulto em cima de mim. Quando olhei ele estava com a foice erguida, bem perto de mim”, narrou. 

Dinâmica do crime  105r20

Para não ser atingido, Cleber, o serial killer, contou ter levantado a picareta que usava para limpar o terreno e acertado Roberto. O golpe, afirmou hoje, pegou no braço do amigo. Com isso, a foice que ele segurava atingiu sua própria cabeça. 

“Ele tremeu, saiu sangue da boca dele e ele caiu. Entrei em pânico, tinha carro ando, gente malhando. Abri o buraco às pressas”.

Diante do juiz, o pedreiro explicou ainda, que cobriu o corpo com capim e focou em abrir a cova. Cansado, deixou o buraco desigual, uma parte mais alta que a outra. Depois, jogou Roberto ali e arrastou uma pedra em cima. Cobriu ainda com terra e capim. 

“Foi legítima defesa doutor. Ele ia me torar no meio com aquela foice”. 

Questionado sobre o que fez com a foice, Cleber afirmou apenas que levou para casa, junto com todas as ferramentas que estavam no terreno naquele dia. Deixou na cova apenas a picareta suja de sangue. 

Diante dos jurados. Cleber confessou que já tinha matado nessa época, outras duas vezes e o medo de ser descoberto pela polícia fez com que ele escondesse o corpo, mesmo agindo em legítima defesa.

Falou também que a versão apresentada pelo policial foi consequência do momento da prisão. “Falamos o que a polícia quer ouvir”. 

Em momento nenhum o serial killer negou os homicídios. Pelo contrário, assumiu a autoria dos sete crime.

“Não preciso mentir. Confessei o que eu fiz, o que eu não fiz não confessei”. Alegou também que na delegacia, tentaram fazer com que ele assumisse outros homicídios. “Me falaram uns 50 nomes. Queriam mais corpo. Gente lá de Aquidauana, sei lá de onde”. 

Questionado sobre abuso policial, o serial killer por mais de uma vez, afirmou preferir “não comentar”. 

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