Justiça bloqueia mais de R$ 58 milhões de envolvidos em fraudes na Metamat 192d12

Esquema envolve superfaturamento, empresa de fachada e servidores que autorizaram pagamentos por poços não entregues 5d1367

A Justiça de Mato Grosso determinou o bloqueio de mais de R$ 58 milhões em bens de empresários e servidores públicos investigados por um esquema de fraudes em contratos da Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat), firmados entre 2020 e 2023.

A medida integra as decisões da operação Poço Sem Fundo, deflagrada no dia 8 de maio de 2025 pela Polícia Civil e autorizada pela juíza Edna Coutinho, que também determinou o afastamento de servidores e o sequestro de bens de seis empresas contratadas pelo governo. A decisão que está em sigilo foi obtida pelo Primeira Página.

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Fraudes na Metamat são alvo de investigação

Os bloqueios têm como objetivo garantir o ressarcimento ao erário após auditorias da Controladoria Geral do Estado (CGE) apontarem superfaturamento, pagamento por serviços não executados, poços artesianos fantasmas e contratos fracionados sem justificativa técnica.

A principal empresa investigada, a Tecnopoços Perfurações de Poços Artesianos Ltda, recebeu R$ 27,7 milhões da Metamat e teve bloqueados R$ 22 milhões — valor que corresponde a irregularidades detectadas em três contratos. Seus sócios e 16 servidores da estatal também foram incluídos na medida. Outros valores bloqueados incluem:

  • R$ 16,2 milhões da Uniko Engenharia, que assinou quatro contratos com o governo.
  • R$ 8,8 milhões da JM Poços Artesianos, considerada empresa de fachada pela Polícia Civil.
  • R$ 5 milhões da FR Engenharia, que teve aumento de capital de 4.000% em quatro meses.
  • R$ 3,6 milhões da Construtora Santa Lúcia.
  • R$ 2,2 milhões da P.M. Bonini.

Empresas fantasmas, ordens genéricas e notas frias h3s2s

As investigações apontam que os contratos da Metamat para perfuração de poços tubulares profundos foram usados para escoar dinheiro público com a anuência de servidores que emitiram ordens de serviço genéricas, atestaram notas fiscais sem conferência e autorizaram pagamentos por obras incompletas ou inexistentes. Entre os casos citados estão poços perfurados em locais já atendidos por rede de água ou em propriedades privadas, além de equipamentos pagos e não instalados.

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Empresa contratada para fazer poços artesianos funcionava em escritório de advocacia – Foto: Google Street View

Segundo a Polícia Civil, o esquema funcionava com empresas aliadas a servidores públicos, que direcionavam os contratos e simulavam a execução das obras com documentação incompleta ou fraudulenta. A JM Poços Artesianos, por exemplo, não tem sede física e foi registrada no endereço de um escritório de advocacia.

A CGE apontou ainda que, dos 55 poços visitados, apenas 20 estavam funcionando, o que indica um alto índice de subexecução contratual. Em um dos contratos, o sobrepreço identificado chegou a R$ 3,6 milhões, apenas em um item.

Medidas cautelares 1a37

Além dos bloqueios, a juíza autorizou:

  • Busca e apreensão de documentos e celulares dos investigados
  • Afastamento de servidores da Metamat
  • Proibição de novos contratos públicos com as empresas envolvidas
  • Auditoria da CGE nos contratos sob suspeita

A investigação segue em andamento e, segundo a decisão, já foram detectadas movimentações financeiras atípicas, saques em espécie e vínculos entre empresários e políticos de Cuiabá e Várzea Grande.

O Primeira Página tenta localizar a defesa dos citados.

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