Caseiro incendiou mulher na frente de testemunha: “Você é a próxima” 1i4y6r
Mulher relatou os momentos de terror que viveu ao ver a colega sendo incendiada com gasolina em fazenda no Pantanal 336i2v
Em áudios, a testemunha-chave do feminicídio de Eliana Guanes, de 59 anos, narrou o terror de ver a colega sendo incendiada com gasolina em uma fazenda na Nhecolândia, região do Pantanal de Corumbá. Após atacar a mulher, Lourenço de Xavier, de 54 anos, ainda ameaçou a testemunha: “Você é a próxima.”
Lourenço chegou a fugir, mas foi capturado pelo Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) na madrugada deste sábado (7). Ele está preso em Corumbá. O vídeo acima mostra o momento em que ele chega na 1ª DP (Delegacia de Polícia Civil) da cidade.
Caseiro assediou e ameaçou as vítimas 5c5y6f
Nos áudios adquiridos pela reportagem, a mulher explica Lourenço tinha “raiva” da vítima desde que ela começou a trabalhar na propriedade e já teria tentado agredí-la.
“Ele criou raiva dela. Teve uma vez aqui que eles até discutiram, os dois, sabe? Ele queria jogar uma garrafa de água na cara dela, entende?”
A testemunha também teria sido assediada pelo suspeito.
“Ele estava dando em cima de mim. Aí eu cheguei pra ele e disse que não queria, que não estava a fim, entendeu? Aí ele disse que não aceitava ‘não’ de mulher nenhuma. Não aceitava ‘não’ de mulher nenhuma.”
Diante da rejeição das mulheres da fazenda, Lourenço teria ficado “bravo” e ou “dois dias sem comer”. Conforme o relato da testemunha, Lourenço premeditou o crime.

“Ele chegou com um galão de gasolina, olhou para a minha cara e disse: ‘Essa daqui dá pra matar?’. E deu risada. Aí eu virei o rosto pro lado. Depois, ele ficou na porta do quarto, na janela. Eu olhei e vi a gasolina e o isqueiro, né? Aí eu senti que ele estava com más intenções comigo.”
Segundo a mulher, Eliana estava deitada no quarto quando foi chamada pelo homem na noite desta sexta-feira (6). Ao sair do quarto, ela não encontrou o suspeito e então se sentou próximo à testemunha, e logo em seguida foi atacada.
“Quando eu vi, ele já tinha jogado gasolina nela. Aí eu gritei pro pessoal, disse: ‘Entra no quarto, entra no quarto!’ Ela foi, ou direto e correu para a garagem. Quando chegou lá, ele jogou mais gasolina, ateou fogo e veio para o meu lado. Eu corri e comecei a gritar.”
Depois de atear fogo em Eliana, o suspeito ainda ameaçou a testemunha.

“Ele veio para o meu lado. Eu corri e comecei a gritar pelos peões que estavam lá embaixo. Aí ele saiu correndo, dizendo que eu ia ser a próxima: ‘A próxima vai ser você! Eu não aceito ‘não’ de mulher nenhuma!”
Em um dos áudios, a testemunha relata que teme pela própria vida após a fuga de Lourenço.
“E ele está por aqui, no meio do mato, só deve estar olhando de longe. Eu não vou ficar aqui, não. Enquanto esse homem estiver solto, eu não fico aqui de jeito nenhum. Vai que ele aparece de noite e me toca fogo dentro do meu quarto. Eu estou aqui, tremendo de medo.”
Devido à localização remota e alagada da fazenda, a vítima precisou ser socorrida de avião e encaminhada para a Santa Casa de Campo Grande, onde acabou morrendo.
Eliana é a 15ª vítima de feminicídio deste ano.
