Investigador é preso suspeito de estuprar detenta e tentar comprar silêncio com celular 6g1ta
Aparelho teria sido entregue a grupo de presos que ocupava uma das celas; foram os homens que revelaram o crime 1ku2o
Um investigador da Polícia Civil foi preso em flagrante, na terça-feira (12), suspeito de estuprar uma detenta de 28 anos na delegacia de Sidrolândia, a 57 quilômetros de Campo Grande. Segundo denúncia, na noite anterior à prisão, a vítima foi retirada de uma das celas e levada para outra sala do prédio, onde foi abusada sexualmente pelo servidor.
Identificado como Elbeson de Oliveira, 41 anos, o policial está na corporação desde 2015. Ele está preso preventivamente.
O abuso, conforme a investigação jornalística do Primeira Página, aconteceu na Sala Lilás, exatamente o espaço da unidade policial dedicado ao atendimento de mulheres vítimas de violência de gênero.
Há registros em imagem da retirada da presa do alojamento e de entrega de aparelho de celular como tentativa de fazer os presos silenciarem sobre o crime.

Segundo apurado pela reportagem, o boletim de ocorrência registrado aponta que, após o abuso, o suspeito ainda teria tentado comprar o silêncio de detentos que perceberam a vítima muito abalada, após retornar à cela.
O caso só foi descoberto na manhã de terça-feira, um dia depois do crime, ocasião em que homens que ocupavam uma cela da delegacia solicitaram a presença de uma delegada da cidade.
O grupo afirmava estar com um celular, o que chegou a ser questionado por policiais, mas só esclarecido após a chegada da delegada. Para ela, os detentos explicaram ter escutado a vítima chorando, na noite anterior, ocasião em que ela revelou ter sido abusada sexualmente pelo investigador.
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Os próprios detentos teriam questionado o suspeito sobre o ocorrido, ocasião em que escutaram que não teria tido “nada”.
O servidor ainda teria alegado que a presa estava menstruada, por isso, foi retirada por ele da cela. Além disso, o policial ainda teria entregado o celular aos detentos, na tentativa de comprar o silêncio do grupo.
Ao ser informada sobre o ocorrido, a delegada procurou a vítima. Segundo a detenta, o suspeito teria ido até a cela dizendo que seu advogado estaria na delegacia e desejava conversar. Foi neste momento que, de acordo com a presa, ela foi retirada da carceragem.
À delegada, a vítima contou ainda ter sido levada para uma sala com sofá cinza, onde havia brinquedos de criança espalhados pelo chão. No local, a mulher afirma ter sido obrigada a ficar de joelhos, ocasião em que foi obrigada a fazer sexo oral no suspeito.
De acordo com a denúncia, a mulher ainda sofreu outros abusos no lugar. Para não deixar vestígios nas roupas da vítima, o servidor teria ejaculado em suas próprias mãos.
Muito abalada, a vítima relatou todos os detalhes do abuso chorando muito. Em novo depoimento, desta vez, na sala da delegada, a mulher contou que dias antes, no dia 4 de abril, o mesmo servidor havia levado ela para um quarto, onde tinha uma bicama e um banheiro ao lado, onde foi obrigada a ter relação sexual com o suspeito. Após o ato, a mulher afirmou ter sido obrigada a tomar banho.
Na ocasião, o suspeito também teria ameaçado a vítima, dizendo que se ela contasse alguma coisa, iria atrás dela “até no inferno”. Ele também teria afirmado que, como a vítima não possui familiares na cidade, ninguém sentiria falta dela.
Para a polícia, conforme os detalhes do depoimento da mulher, os abusos teriam acontecido na “Sala Lilás” da delegacia e no alojamento dos plantonistas, locais que a presa não teria o por conta própria.
Registros de imagem 395855
Ainda segundo a denúncia, a delegada que ouviu a vítima, junto com o delegado de plantão, analisou as imagens de câmera de segurança e confirmou que o servidor havia retirado a mulher da cela, na noite anterior, às 18h23. Pelas imagens, ainda é possível ver que a presa foi levada de volta à cela, 20 minutos depois.
Já o telefone celular teria sido entregue aos presos por volta das 19h30. A detenta que dividia cela com a vítima também confirmou que a companheira foi retirada pelo investigador.
O caso foi informado ao diretor de Polícia Civil de Campo Grande e, com isso, policiais da Corregedoria foram atrás do servidor, localizando e conduzindo o policial à delegacia. No local foi dada voz de prisão ao suspeito.
O que diz a Polícia Civil f342z
À reportagem, a delegada chamada pelos detentos informou que o caso está em segredo de justiça e, por isso, não está autorizada a falar sobre o assunto. diretor do Departamento de Polícia da Capital, Wellington de Oliveira, reforçou que o caso é investigado em segredo de justiça, mas confirmou que o suspeito foi preso em flagrante.
Segundo apurado, após a justiça decretar a prisão preventiva do policial, o servidor permanece em uma das celas da 3ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande, carceragem exclusiva para integrantes da corporação.
A defesa do policial civil ainda não foi localizada. O Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul) foi procurado e informou que não se manifesta sobre o assunto por estar em segredo de justiça.